O vereador William Alemão (Cidadania) considerou como manobra política, o mandado de segurança apresentado pela base do prefeito David Almeida (Avante), para suspender os trabalhos das duas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs), na Câmara Municipal de Manaus (CMM). O pronunciamento foi feito nesta terça-feira, 24/9, durante um aparte ao discurso do presidente da Casa legislativa, Caio André (União Brasil), sobre o tema.
“Ontem, como todos viram, a CPI foi pega de surpresa, e reafirmo o que eu disse durante a coletiva de imprensa, isso é uma manobra política. Relendo as argumentações colocadas pelo vereador (Eduardo Assis – Avante), que é da base do prefeito, me parece muito mais um grande mimimi”, declarou Alemão.
Ele ainda ressaltou que as questões apresentadas na ação judicial, que resultou no mandado de segurança concedido pelo desembargador Flávio Pascarelli, já haviam sido discutidas em uma reunião realizada na última quarta-feira, 18, enfatizando a transparência do processo de formação das comissões.
Na ocasião, William Alemão foi designado para presidir a CPI que investigará o pagamento em dinheiro a um portal de notícias, no interior da Secretaria Municipal de Comunicação (Semcom), tendo como demais integrantes os vereadores Capitão Carpê (Partido Liberal - relator); Raulzinho (MDB); Fransuá (PSD); e Diego Afonso (União Brasil). Já a CPI dos Contratos, pretende investigar contratos da Prefeitura de Manaus ligados a familiares do prefeito, e tem como presidente e relator os vereadores Lissandro Breval e Rodrigo Guedes (Progressistas), respectivamente; e os vereadores membros Daniel Vasconcelos (Republicanos), Eduardo Alfaia (Avante) e Luís Mitoso (MDB).
Relevância
Alemão destacou que um dos pontos questionados na ação judicial foi a escolha do Partido Progressista para ocupar tanto a presidência quanto a relatoria de uma das CPIs. Segundo o vereador, essa decisão foi tomada porque não houve interesse de outros vereadores em participar ativamente das comissões:
“Nós fizemos os dois blocos, todos os partidos e líderes foram colocados, o regimento foi respeitado. Inclusive, eu coloquei que se fosse para expandir, a CPI poderia ter 21 vereadores. Mas foi decidido pela maioria que seriam apenas 5 membros em cada comissão”, pontuou.
O vereador também expressou sua preocupação com o atraso no início dos trabalhos das CPIs, causado pela suspensão judicial. Conforme Alemão, a população de Manaus está sendo prejudicada por disputas políticas. O vereador defendeu a urgência das duas CPIs, criadas para investigar o uso de recursos públicos, e condenou a tentativa de atrasar as investigações.
“A população de Manaus não pode ficar no meio dessa disputa política e sem saber o que realmente está acontecendo com o nosso dinheiro. Além disso, o poder da Câmara é justamente para isso: investigar os atos do Executivo municipal”, afirmou.
Alemão também refutou as alegações de que a criação das CPIs teria sido apressada, lembrando que o processo da CPI da Semcom foi iniciado há seis meses.
“Desde o dia 18 de março que foi dado entrada no requerimento. Dizer que não teve tempo hábil para conversar, discutir e escolher os membros é mentira. A base do prefeito nem escolheu os membros inicialmente”, comentou Alemão, reforçando sua esperança de que os trabalhos das CPIs sejam retomados o mais breve possível.
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Texto e foto – Assessoria de Comunicação do vereador William Alemão